Cientistas Portugueses investigam o Tratamento da Dor Crónica

23 Jul, 2014 | Ciências do Mar

(Leia a notícia completa no Notícias do Mar nº 331 de Julho)
A investigação científica desenvolvida na Sea4Us revelou que determinadas espécies marinhas, actualmente sem qualquer valor comercial e que se encontram nos fundos rochosos do nosso mar, demonstram um potencial enorme para o tratamento da dor crónica.
A Sea4Us realiza projectos de investigação científica focados na pesquisa por compostos bioactivos de organismos marinhos. Os resultados laboratoriais demonstram bioactividade de compostos naturais de origem marinha portuguesa em modelos celulares representativos da dor crónica.

O que é a dor crónica?
A dor crónica é uma condição clínica que ainda não tem um tratamento adequado. É uma síndrome provocada por diversas patologias (diabetes, cancro, artrite, fibromialgia, zona, etc.) e que afecta 1.5 mil milhões de pessoas em todo o mundo (21% da população mundial), causando um enorme impacto negativo na sociedade. Para além de ser uma condição terrível para estes doentes, tem também enormes custos económicos associados. Entre os custos directos encontram-se, por exemplo, os gastos com a saúde, enquanto que os custos indirectos correspondem ao absentismo no trabalho e à baixa produtividade, provocados pelas dores intensas. Em Portugal, por exemplo, o peso dos custos directos e indirectos na economia, relacionados com a dor crónica, representam quase 3% do produto interno bruto (PIB). Apesar de existirem analgésicos eficazes e seguros para as dores consideradas ligeiras, não existem tratamentos tão eficazes para as dores classificadas como moderadas e severas, e os que existem provocam efeitos secundários não negligenciáveis.

 

Qual é a estratégia da Sea4Us?
Alguns invertebrados marinhos, como as esponjas, as anémonas, os corais ou os briozoários, entre outros, são os únicos animais no nosso planeta que estão fixos às rochas e à mercê dos predadores, sem poderem fugir. Milhões de anos de evolução sobre estes animais marinhos resultaram em soluções altamente especializadas e engenhosas para a defesa contra os predadores. Na ausência de espinhos ou fortes carapaças, o desenvolvimento e secreção de toxinas que actuam como defesas químicas é muito comum. Frequentemente, estas toxinas são anestésicos paralisantes ou analgésicos poderosos. Aqui, reside a inspiração da Sea4Us e o seu enorme potencial para a descoberta de novos compostos terapêuticos.
Neste momento, devido à falta de fundos para prosseguir a recolha de “matéria-prima”  (amostras de organismos marinhos) suficiente para o plano de trabalho laboratorial do próximo ano, a Sea4Us está desenvolver uma Campanha de Crowdfunding
Esta campanha, será também preponderante para a evolução de todas as outras etapas subsequentes, relacionadas com a investigação e desenvolvimento destes produtos terapêuticos de origem marinha. É tempo de determinar o verdadeiro valor da biodiversidade do nosso mar, nomeadamente para a área estratégica da biotecnologia! A solução para o tratamento da dor crónica está na natureza. Esta é a convicção da Sea4Us. Que pede ajuda nesta busca!
Os fundadores Sea4Us são Pedro A. Lima, licenciado em Biologia Marinha e Pescas pela Universidade do Algarve e doutorado em Neurofisiologia pela Universidade de Sheffield (Reino Unido), Filipe Vilas-Boas, licenciado em Biologia Microbiana e Genética e doutorado em Ciências Biomédicas pela Universidade de Lisboa, Marisa Sousa, licenciada em Anatomia Patológica pelo Instituto Politécnico de Lisboa e doutorada em Bioquímica e Genética Molecular pela Universidade de Lisboa e Hugo Pacheco, licenciado em Economia pela Universidade Técnica de Lisboa, tendo realizado posteriormente uma Pós-Graduação em Análise Financeira.

Mais Informações:
http://ppl.com.pt/pt/prj/organismos-marinhos
https://www.facebook.com/Sea4Us.pt
http://sea4us.pt/
 

 

 

 

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