Com 10 horas e 15 minutos de bonificação pelo papel que teve na busca e resgate de Kevin Escoffier, Yannick Bestaven (Maître CoQ IV) ultrapassou o favorito à partida da regata Dalin e ganhou a nona Vendée Globe por 2 horas e 31 segundos, a menor margem de sempre na história da prova, conquistada pelo vencedor mais velho de sempre.
“Eu estou feliz por ter terminado a prova na liderança. Os ingleses falam sobre Line ‘Honours’ e estou feliz com isso.” Dalin, de 36, disse na sua conferência de imprensa. “O que vou lembrar é que fui o primeiro a atravessar a meta – ninguém me pode tirar isso. É normal que os barcos que param para ajudar outras pessoas tenham uma compensação de tempo e isso está fora do meu controlo. Mas seja qual for o resultado, agora eu estou aqui à sua frente e estou feliz por ter feito um bom trabalho.”
Para outro homem, entre os melhores skippers, não houve reclamação sobre o tempo concedido na bonificação pelo júri internacional.
“Para mim o assunto está encerrado e não voltarei a falar sobre isso. Uma vida humana foi salva. Fim da história”, disse Louis Burton, que no fim caiu da segunda para a terceira posição.
E uma das interacções mais emocionantes foi no passadiço do ponton d’honneur, quando Escoffier cumprimentou e agradeceu a Bestaven. Os dois marinheiros abraçaram-se por 30 segundos, a mensagem não falada, foi que os papéis poderiam facilmente ter sido invertidos.
Mas, lembrando-se do tempo que passou procurando por Escoffier na escuridão da noite, 650 milhas ao sul da Cidade do Cabo, Bestaven lembrou:
“Foi um pesadelo ficar no convés a noite toda À procura de alguém. Eu pensei que poderíamos não o encontrar.”
O Alemão Boris Herrmann, que também esteve envolvido na busca e teve uma bonificação de seis horas, ainda conseguiu trazer o Seaexplorer-Yacht Club do Mónaco à linha de chegada, apesar dos danos no seu IMOCA sofridos por uma colisão traiçoeira com um barco de pesca. O incidente aconteceu às 19h26 CET na noite de quarta-feira, quando Herrmann estava a 90 milhas da chegada e a caminho de um lugar no pódio.
Quando alcançou a linha de chegada em quinto lugar, com o barco acidentado com a lateral do casco amassada, a disposição de Herrmann estava em igual medida do alívio e satisfação por ter concluído a sua regata.
“Estou feliz com o resultado, definitivamente”, comentou Herrmann.