Se a conservação dos ecossistemas terrestres, nomeadamente das florestas, e o fim da utilização de combustíveis fósseis são amplamente reconhecidas como formas de luta contra a crise climática, o oceano e os seus diversos ecossistemas e serviços continuam a não ser reconhecidos como tal. Assim, irão reunir-se em Lisboa, no dia 29 de junho às 18:00 horas, ativistas, movimentos e cidadãos de todo o mundo para demonstrar algo muito simples: “salvar o oceano é salvar o clima!”
O oceano cobre quase ¾ do planeta, «mas estamos apenas a começar a conhecer devidamente os seus ecossistemas e os impactos que têm nas nossas vidas». O ambiente marinho gera até 2/3 dos serviços ecossistémicos fornecidos pela natureza, produz metade do oxigénio que respiramos e absorve entre 30 a 50% do dióxido de carbono libertado pela queima de combustíveis fósseis.
De salientar que Lisboa acolhe, entre 27 de junho e 1 de julho, a 2ª Conferência do Oceano das Nações Unidas, coorganizada pelos Governos de Portugal e do Quénia. Sob o lema “Salvar o oceano, proteger o futuro”, a conferência dedica-se ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 – “Proteger a vida debaixo de água” –, tendo por isso os olhos dos 193 Estados que compõem a ONU postos em Lisboa.
Esta conferência afigura-se como determinante, numa altura em que se exige compromissos «ambiciosos, corajosos e que respondam com eficácia à crise provocada pela emergência climática e da biodiversidade.»
«Um oceano saudável, resiliente e bem governado é um contributo essencial para revertermos a crise climática e garantir uma transição energética e social justa e um nível de vida decente para todos os habitantes do planeta.»
Desta forma, mais de 251 organizações nacionais e internacionais estão a convocar uma semana de ações durante a semana da Conferência e uma Marcha Azul pelo Clima.