Na sua viagem inaugural, vindo de Hamburgo, o MSC Zoe, da companhia MSC, a mesma que comprou recentemente a CP Carga, tem 395,4 metros de comprimento, 59 metros de largura e carrega o equivalente a 19.220 contentores de 20 pés de comprimento. A companhia tem mais dois navios com a dimensão do Zoe.
Após a operarão de acostagem, o MSC Zoe ocupou praticamente metade da frente do cais do Terminal XXI de contentores de Sines que tem atualmente um cais com uma frente de aproximadamente 940 metros é operado por nove pórticos gigantes e está concessionado ao operador de Singapura, PSA. Tem uma área de armazenagem com 36,4 ha que permite disponibilizar uma capacidade total de 1.700.000 TEU por ano. Designa-se por TEU o tamanho padrão de um contentor de 20 pés de comprimento.
Estes super porta-contentores encostam facilmente ao porto de Sines em virtude da profundidade junto ao molhe de acostagem ter mais de 17 metros, o mínimo exigido para estes navios gigantes.
Já se está a proceder ao alargamento lateral da plataforma do Terminal XXI, para aumentar a sua capacidade para 2,1 e 2,5 milhões de TEUS, porque a área actual deve ficar esgotada já este ano.
Devido a esta situação, o concessionário PSA Sines vai aproveitar a zona lateral norte, com a construção de um novo cais acostável destinado a navios de dimensão mais pequena, que irão alimentar a carga adicional que os grandes porta-contentores vão transportar para outros.
Este novo cais terá uma frente acostável de 200 metros, o que fará aumentar a capacidade máxima da plataforma de contentores de Sines até aos 2,5 milhões de TEUS.
O Terminal XXI tem vindo a ser utilizado, para além da MSC pela dinamarquesa Maersk, outra grande companhia global de transportes marítimos, proprietária do Emma Mærsk, com 397 metros de comprimento e de mais sete navios com as mesmas características.
Para já o objectivo destas companhias é desenvolver a actividade de transporte de contentores entre Sines e Madrid. Para isso, as duas actuais linhas ferroviários terão que duplicar e o terminal de contentores de Sines passará a ser servido por quatro linhas de comboio.
Depois de Sines o MSC Zoe seguiu para o Canal de Suez, em direcção a Singapura e depois terminará na China, numa viagem de 75 dias.
Até agora, o problema de Sines tem sido a pressão do “lobby” do cimento, que pretende fazer outras obras, na Trafaria ou no Barreiro e pretende construir ali portos de águas profundas. Por causa deles ainda não se construiu o que falta a Sines uma linha de caminho de ferro até à fronteira.
Há poucos portos de águas profundas na Europa. Portugal já tem um porto natural em Sines, com profundidades que chegam aos 50 metros, à saída do molhe Norte. Não precisamos de mais nenhum a concorrer com ele à distância de 100 milhas.
Apenas precisamos de um Governo que rapidamente deixe de ir na conversa dos “cimenteiros”.