“Titan deve ser classificado de interesse nacional”

28 Mai, 2021 | Outros

Para o Presidente da Junta de Freguesia, Pedro Sousa, “é fundamental que se avance para esta classificação e se invista na consolidação daquela fantástica peça, ora movida a vapor, responsável pela construção do Porto e, indirectamente, ligada ao desenvolvimento da Cidade e do próprio País. Urge a sua classificação para evitar o desmantelamento e colocação das peças num qualquer espaço sem dignidade”. 
 
Recordando as palavras do historiador Joel Cleto, “Ainda hoje estes guindastes, se encontram no Portode Leixões, como que recordando o momento da construção. Raros em toda a Europa, são monumentos ao passado e símbolo de uma época de grande fulgor, para Portugal e para Matosinhos. Independentemente da sua importância e significado para Leixões e para toda a região, os titãs têm hoje uma importância acrescida pelo seu valor como testemunhas privilegiadas da era industrial e da arquitetura/maquinaria do ferro (…). Porque, se é verdade que os dois titãs tiveram outros irmãos, não é menos verdade que, nos outros casos, concluídas as construções portuárias, estes gigantes foram desmantelados”.
 
O autarca, Pedro Sousa, sublinha a “importância patrimonial do único guindaste que ainda existe na sua versão originária, modelo único no Mundo, que ultrapassa fronteiras e que justifica o facto de, nos últimos anos, por várias vezes, se ter aventado a hipótese da sua classificação mundial, como “International Mechanical Engineering Historic Landmark”.
 
Desta forma a Junta de Freguesia, ao abrigo das disposições legais, pretende arrancar com o processo de classificação do “Titan” de Leixões, garantindo assim a sua consolidação no local e valorização patrimonial. “Temos hoje a possibilidade de preservarmos uma peça fundamental da identidade de Matosinhos e Leça da Palmeira. O Titan de Leixões tem um valor incalculável que merece ser classificado como monumento nacional. Ao receber esta classificação pela Direcção Geral do Património Cultural estamos a dar um enorme passo para a valorização desta peça e a deixar um legado imenso para as futuras gerações”, referiu o autarca.
 
Segundo a Direção Geral do Património Cultural, quando se determina, segundo certos critérios fixados na lei, que certo bem possui um inestimável valor cultural/patrimonial/histórico, o mesmo pode ser protegido através da sua classificação como de interesse nacional. A classificação de um bem como de interesse nacional corresponde a uma das graduações possíveis em função do seu interesse cultural. Esta matéria encontra-se regulada na Lei de Bases de Proteção do Património Cultural, aprovada pela Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, e no Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro, que estabelece o procedimento de classificação dos bens imóveis de interesse cultural, bem como o regime jurídico das zonas de proteção e do plano pormenor de salvaguarda.
 
A Junta de Freguesia enviou ofício ao Ministro das Infraestruturas, que tutela o Porto de Leixões, e à Ministra da Cultura, com o objetivo de sensibilizar os Governantes para esta reivindicação da comunidade local que se opõe ao desmantelamento do “Titan Norte”, pois esta peça faz mesmo parte da história e paisagem locais”. 

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