Veleiro mais rápido do mundo larga da Horta

29 Ago, 2014 | Vela

Com 40 metros de comprimento e 23 de largura, construído em fibra de carbono, o “Spindrift 2” fez uma stop-over de cerca de 50 horas na ilha do Faial, para desembarque de cinco dos tripulantes, reparações num dos lemes dos flutuadores, que se havia quebrado após colisão na última sexta-feira com um contentor à deriva no Atlântico Norte e para descanso da equipa.

Este singular veleiro, com 47 metros de altura de mastro e entre 713 e 1050 m2 de área vélica, foi lançado à água em 2008, em Lorient (França), sob a denominação “Banque Populaire V” e até 2013 alcançou seis recordes de velocidade no mar, dos quais os mais destacados são a travessia do Atlântico Norte (em 2009), entre Nova Iorque e o Cabo Lizard, no sudoeste de Inglaterra (2921 milhas náuticas percorridas em 3 dias, 15 horas, 25 minutos e 48 segundos) e a volta ao mundo para equipas, sem escalas e sem assistência (21.760 milhas, ou seja, 40.300 quilómetros, concluídos em 45 dias, 13 horas, 42 minutos e 53 segundos), feito que lhe permitiu conquistar o «Troféu Júlio Verne», batendo, em 2012, por cerca de três dias, o recorde anterior do “Groupama 3”, também trimaran, que datava do ano de 2010.

Com a denominação inicial este maxi-trimaran também fixou em 908,2 milhas náuticas (1682 km) o recorde de distância máxima percorrida em 24 horas, o que foi conseguido a uma média de 37,84 milhas náuticas/hora (com picos de 47,17 nós!), enquanto já como “Spindrift 2” viu homologado, em novembro de 2013, o recorde de travessia entre Cádiz, Espanha, e Salvador da Baía, Brasil, no tempo de 6 dias, 14 horas, 29 minutos e 21 segundos.

Agora Yann Guichard, skipper da embarcação há cerca de um ano e meio, prepara-se para participar na afamada ‘La Route du Rhum’, que larga de Saint-Malo, França, rumo a Pointe-à-Pitre, Guadalupe, Antilhas Francesas, a 2 de novembro próximo, numa competição transatlântica quadrienal para navegadores solitários, que se realiza ininterruptamente desde 1978.

Na sua paragem destes dias no porto da Horta o “Spindrift 2” mudou o leme do flutuador de estibordo, uma peça de 3,5 metros de comprimento que foi transportada de Vannes, França, para os Açores num avião propositadamente deslocado para o arquipélago para acorrer a esta avaria do maxi-trimaran, ocorrência que também fez viajar às ilhas um staff de apoio de uma dezena de técnicos e outros colaboradores daquela ‘racing-team’.

Reconhecida internacionalmente como escala obrigatória nas travessias de iates no Oceano Atlântico Norte, no sentido oeste/leste (Caraíbas/Europa), e com uma frequência, todos os anos, de mais de 1000 veleiros envolvidos em grandes aventuras de alto-mar, a Marina da Horta teve por dois dias no seu cais principal aquele que terá sido o mais destacado visitante desde a inauguração da infraestrutura, em 1986.

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