Um rio só é rio quando é vivido. Assim é o Tejo.
Domingo, dia 19 de janeiro de 2014, um grupo de quase 40 graúdos e pequenos viveram o Tejo no melhor que o Tejo tem, a lezíria e o estuário.
Como disse o poeta “do Tejo vai-se para o mundo” mas o Tejo, o seu estuário, também é um santuário do mundo. Por isso este é o espaço privilegiado de muitas espécies de aves, um sítio impar de acolhimento natural para estes bonitos seres vivos.
Por isso, resultado de muitas vontades e saberes nasceu o Espaço de Visitação e Observação de Aves (EVOA). Aqui, homens, mulheres e crianças do Tejo a pé, depois de cerca de 12 km de um estradão de terra batida a atravessar a lindíssima paisagem, fomos acolhidos para aprender alguma coisa sobre o estuário do Tejo e ver aves. Assim foi nesta magnífica tarde de inverno de ar limpo. Às portas de Lisboa existe um paraíso natural onde a inteligência do homem desenhou, de forma totalmente harmoniosa, um gigante ninho que nos mostra o estuário, a lezíria, as aves e os Homens da história do Tejo, o EVOA.
Depois de uma boa introdução, com um bonito filme, e de uma magnífica exposição sem os exageros multimédias hoje vulgares, dirigidos pela simpática e competente guia, divididos em dois grupos, caminhámos até às lagoas artificiais de água doce. O efeito positivo deste plano de água, por muito recente, ainda está a ser estudado. Todavia, o objetivo principal, potenciar a observação de aves, foi plenamente atingido, conforme o comprovámos.
À partida sabíamos que esta é a melhor época do ano para uma boa observação, a hora, coincidente com a maré cheia, também foi marcada com o mesmo propósito. O certo é que durante cerca de duas horas, nas duas lagoas, todos os presentes, munidos de binóculos, puderam observar variadíssimas espécies de bonitas aves em descanso ou em voo, como foi o caso do fantástico voo de um bando de colhereiros que atravessou o céu como que a brindar-nos.
Uma tarde muito bem passada, num espaço único, do melhor que há por esse mundo fora, onde todos saímos satisfeitos e orgulhosos porque à porta da nossa cidade capital há um tesouro destes.
No fim, na simpática cafetaria, ainda houve tempo para o habitual convívio de copo na mão.
Bem hajas Tejo.
Carlos A Cupeto cupeto@uevora.pt
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